Aqui não, e isso não chega a ser uma crítica. O calendário é bem organizado — ao menos o italiano; o discurso teria de ser outro se falássemos da Inglaterra e suas trocentas copas nacionais — e religiosamente na metade de maio todos os clubes encerram suas atividades para que seus jogadores rolem nas areias da beira-mar mundo afora. Exceção feita a períodos especiais, como ano de Copa do Mundo, o assunto futebol entra numa longa distensão e chega a hora da imprensa esportiva européia usar a imaginação e os diagramadores recorrerem a fotos de página inteira. Grosso modo, entre o final de maio e meados de agosto abre-se um buraco negro pelo qual o futebol (o de campo, a sério, à parte obscuros amistosos e as intermináveis lenga-lengas das contratações) é sumariamente tragado. Alguns campeonatos, como a Serie B e C, tem suas fases decisivas no início de junho, mas isso normalmente não envolve grandes públicos (porque trata-se de clubes provincianos) e até mesmo a mídia perde a concentração.
Então pode-se considerar um homem (ou mulher) de sorte aquele fã de futebol que tem à disposição um verão inteiro de jogos arrastados e interrompidos para a hidratação dos atletas. Ao menos não são condenados a — falo por mim e por todos os inimigos do verão — mais um tormento. Pior que Grêmio x Avenida ou Inter x Universidade em Cidreira é aturar quase 90 dias de calor de estirpe norte-africana sem um único jogo decente para assistir.
1 comentários:
Cara eu tinha feito um ótimo comentário e esta porra conseguiu perde-lo duas vezes!
Sistema do blogger desgraçado!
Foi mal!
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